Algo fez com que o mundo adormecesse, e entrasse numa longa noite, e a essa noite, foi dado o nome de: -1968!
Ficou guardada na mente de cada homem ou mulher, jovem ou velho, a cada um de uma forma completamente diferente, houve aqueles que, durante essa longa noite optaram por sonhar; sonhos dos mais variados, dos mais belos aos mais comuns, dos mais longos aos mais contidos, porém, todos à sua forma, eram belos.
Sonhou-se com a liberdade em dizer “sim” ou “não” com a mesma força e sinceridade, sonhou-se com a paz tanto nas selvas comunistas como nos corações do homem; poetas, todos foram poetas, cada um ao seu jeito, mas todos foram. Dormir, porém, não é só baseado em sonhos, e a vida também é feita de generais. Que também sonham.
Mesclou-se então os sonhos dos poetas – poetas, ao meu ver são todos aqueles com uma centelha de esperança e fé em suas mentes -, com os pesadelos dos generais; assim sendo, nossa bela noite fica mais e mais escura.
Ruas, praças, muros; bunkers, trincheiras, matas; tinta, idéias, rebeldia; armas, ordens, repressão... Lirismo, seqüestro, razão. Tortura, assassinato, protecionismo... Ninguém estava preparado para tudo o que se seguiu, as coisas ficavam confusas, e se misturavam; não era questão de bem ou mal, mas de certo e errado, e ambos estiveram errados em algum momento. Não havia meio termo, apenas extremos e exageros... De ambos.
O mundo de fato não estava preparado, e não soube aproveitar a beleza que poderia ter sido.
E citando Mundo Livre S/A, creio que de fato:
- “Sonhos nunca acabam bem, simplesmente porque nunca acabam, há sempre os que se afogam e amanhecem encharcados”.
1968 foi um belo sonho (quiçá o último), desses que não se chegam ao fim, porque acordamos antes do fim, e tentamos voltar para a cama e tentar continuar o sonho; mesmo sabendo ser impossível. Pois eles são assim, não acabam, mas também não se repetem.
Afinal é desperdício tentar reviver um sonho interrompido quando existem ainda tantos para serem sonhados.
Complexo e além do que se pode expressar em palavras e textos, fica no imaginário de quem quiser, basta se conscientizar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário