domingo, 9 de março de 2008

Gostava daquele cheiro, cheiro de ilusão, ilusão vulgarmente apelidada de paixão!
Sim, paixão é ilusão, sensaçãozinha gostosa de poder fazer tudo e ser recompensado, ilusão barata, fazer o que, ilusão é isso, te faz bem.

O cheiro estava ficando forte, a cada manhã, estava impregnado em seu olhar, seus atos, suas palavras; Quanto tempo ainda? Até cair. Voltaram os poemas, voltaram os telefonemas, as roupas limpas, a barba feita, o perfume barato que usava pra sufocar o cheiro de ilusão, estava tudo de volta. Não por falta de experiência, pois sabia bem onde estava entrando, nem por excesso de ingenuidade não, nada disso; Ele apenas gostava.

Azedo, assim era o cheiro para todos à sua volta, azedo, cheiro de coisa podre coisa que nunca deu certo nem nunca vai dar. Paixão é isso, cheiro podre no ar, todo mundo sente, todo mundo sabe, todo mundo avisa, e todo mundo gosta. Não passa, o cheiro não passa, cada dia mais azedo, cada dia mais apaixonado.
Clichê, ficando repetitivo, chato, grudento, e fedido, com aquele perfume, culpa dele mesmo, insistia na paixão, no azedo, naquilo que não presta. Aos poucos se perdendo num fluxo contínuo de se entregar àquilo, totalmente entorpecido, totalmente dopado; Mas, ei boy, o torpor passa como fúria, te larga num quarto escuro cheio de rosas amassadas, cobertas bagunçadas, suor e sujeira pelos cantos e pela cama, nú; Não só de roupas, nú de sentimentos, nú de estima, nú de alegria, com um sol brotando no horizonte distante, e o adocicado cheiro azedo da ilusão, saia lentamente pela porta.

2 comentários:

e para Maitê disse...

- A paixão é assim, ela corrompe o coração de quem sente sem querer sentir.


Leio todo dia.

:)

e para Maitê disse...

- Garoto agora conhecido!
Foi bom o show?!


:)