segunda-feira, 3 de março de 2008

Já fazia bem um tempo que estava ali, não que isso mudasse algo, a duração. O que importa é que alia ele estava, e dali ele não saia, ali ele se acostumara.

De uma certa forma, aquele lugar - Assim ele a chamava - lhe fazia bem, ou pelo menos já não lhe fazia mais mal, mentira, o fato é que se acostumara, se viciara, ele agora necessitava de seu 'lugar' havia perdido um pouco a noção de que o frio faz mal, de que o calor também, pois esse ilude com a sensação boa de conforto e te queima pouco a pouco.

Não conseguia ver muito além, estar no 'seu lugar' lhe fazia esquecer de tudo, lhe fazia pensar que tudo que passou, e ainda passaria, estava sendo compensado,se bem que essa não era a palavra, era como se fosse uma anestesia, um antidepressivo, lexotan, suicídio, ou qualquer uma dessas soluções rápidas e estúpidas, embora nunca tivesse pensado assim, o sentimento fundamental e básico sempre vence a razão.

Sabia que não duraria para sempre, nada dura pra sempre, ou tudo. Sabia bem o seu fim, quem sabe num dia de sol; ou não teria tanta sorte, sabia muito bem que seria triste - se ele ainda sentisse algo- Sabia que ouviria frases de consolo, que não fariam diferença, e se fizessem só piorariam. Sabia tudo de cor e salteado, repetia pra si mesmo todas as manhãs, cinzentas ou não; Ainda assim preferiu esperar esse fim chegar; E ele então chegou, e não fora como ele pensava, foi num dia de chuva, foi calmo... E teu único consolo foi exatamente aquilo que sempre o assustou...

O novo.

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