quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sonho

Havia um bosque, simplesmente bosque e sem fantasias de faunos e ninfas: Bosque, só.
Um bosque vazio de almas, e silente como a morte, ou vida.
Num rompante súbito e quase imperceptível,

Um sussurro – indecifrável – passou a ecoar por todo o lugar, sem origem e sem fim, como se fosse uma língua diferente e nova, e mesmo sem decifrar, ou sequer saber de onde vinha, o lugar se encheu de paz em meio àquele som incessante.
Eis que, repentinamente, já não havia sol,
nem lua.

O bosque se encheu de escuridão, e foi se transformando, rápido, e já não havia nada além de pedras, rochas e grutas, e novamente; silêncio, e o silêncio que pairava sobra as pedras, causava medo, não havia mais paz.
Um estampido, um baque, um grito;
e o sol voltou.

Havia música no ar, e pouco-a-pouco o outrora bosque, outrora floresta de pedras, se tornava um campo, com morangos que se estendiam ao infinito, morangos vermelhos e frescos. Restava A pedra, e havia um nome na pedra, abaixa então e olha...

Devolve a pedra, e olha para cima,
O sol, mãos e um belo rosto sorrindo, enquanto,
Ao fundo alguém sussura, o que havia na pedra:
- Cecília.

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